Esbórnia

Sentia um gosto perverso de absinto

Embora isso pouco importasse

Tudo que estava em volta era nada

Lembro do espartilho dela

E da fumaça insistente, flutuando....

Cada flash que eu tinha, via uma parte

Inutilmente tentava tocar com as mãos

Me dei conta, quando vi os olhos, encarei

Quando vi a boca com a língua a rodeando

Fiz o mesmo e segui o piercing provocante

O gosto perverso do absinto me engolindo

E o reflexo dela sutilmente me afagando

Mas tudo que me envolvia era nada

Tudo vapor e decadência, tudo fogo

Todos os demônios nos afogando...

Afogando com lúxuria em abraços infernais

Não lembro, mas posso entender que...

Que ela se foi, isso eu entendo que não há volta

Gosto perverso de absinto, toca minha boca

Que essa fumaça nos proteja do irrelevante

E de toda loucura que vier. E que veio!!!

Paulo Raven
Enviado por Paulo Raven em 14/08/2019
Reeditado em 18/08/2019
Código do texto: T6720350
Classificação de conteúdo: seguro