Em algum lugar...

Era Nove ou Dez Horas...

Não importa, ao certo...

Não se sabe.

Mas era alguma hora

Em algum lugar

Não se sabe...

Quando em um momento

Ouviu-se os gritos

De algum lugar...

Não se sabe

Mas contou-se os disparos

Em algum lugar...

Sua mente lhe dizia: Vá

Sua mãe lhe perguntava: Com quem falas?

Mas em algum lugar, não havia ninguém.

Ouviu seu avô dizer: Menino, corre pra não morrer

Sua tia gritava: Façam ele largar a arma

Mas não havia, não havia ninguém...

Em algum lugar...

No seu quarto...

Seu próprio refém...

Disparos, gritos, família...

Desespero, agonia...

No seu quarto...

Em algum lugar...

Seu surto...

Parou.

No momento em que disparou

Ninguém mais escutou

Pois já não havia ninguém.

Só havia você...

Sua voz...

De sua mente, mero refém.

Morto, porém vivo...

Calado, na única vez

Em algum lugar...

Já não havia pessoas para te ajudar...

Pois outrora, a arma estava...

E naquela casa...

Em algum lugar...

Todos...

A mesma arma havia acabado.

Nunu Costa
Enviado por Nunu Costa em 05/10/2019
Reeditado em 05/10/2019
Código do texto: T6761874
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