A Escuridão

Já não vejo mais brilho em seus olhos

e andas mergulhada em infinitos tons de cinza

perdida em abismos abertos pelo coração

Calou sua poesia em nome de um amor

e no furor do seu delírio obscureceu a vida

perdida em si mesma, escrava da dor

E não vejo tempo para sua falta de tempo

já que relutas em se levantar de novo

acorrentada está ao passado vertiginoso

É triste, muito triste perceber que acabou

que mergulhou na escuridão de forma voluntária

e por mais que eu procure ajudar, não consigo...

É você sua própria inimiga e amiga

a noite será longa, já o sofrimento...

talvez eterno, talvez seu epitáfio

De tudo que vivemos nada aprendemos

e se assim deseja ficar, não há saída

na vida, as escolhas são nossas sentenças

Dizes que as pessoas só nos podem ferir

porque assim permitimos, assim desejamos...

e no calor da luta, o luto é sua mortalha

A escuridão de tom cinza que lhe cerca

não permite que o brilho da esperança triunfe

e nessa tarde chuvosa, choro por ti

A escuridão nos seus olhos é densa

abriga em ti todos os demônios da dor

e carrega sozinha o coração em pedaços

Entrastes no abrigo da agonia

por uma porta estreita e sedutora

e que a escuridão não consuma a luz da sua vida

Paulo Raven
Enviado por Paulo Raven em 01/02/2020
Reeditado em 01/02/2020
Código do texto: T6855598
Classificação de conteúdo: seguro