Quando Chove

Quando chove,

A gente escorre

Nas sarjetas sem

Jeito.

Chovo de suor,

De lágrimas,

De sonhos diluídos,

Iludindo meus idílios.

Dei(cho) ver,

As corredeiras

Da pressa diária,

O preço da vida cara.

An(chovas) que

Nadam contra as marés,

Já que a maré nunca

Está pra peixe nesse

Mundo de mar verde.

Verde esgoto que o

Desgosto nos faz gostar

A cada gole de lodo.

Chuveiro do mundo,

Com nuvens carregadas

De desesperança,

Desabando em toró diluvial,

Sem Deus que acuda,

Apegado às ribanceiras.

Choro o soro ácido,

Chorume de petróleo

Dos olhos d'água

Que faz morrer a cada

Chorada a fonte do

Próprio viver.

Bruno Azevedo
Enviado por Bruno Azevedo em 02/02/2020
Código do texto: T6856363
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