Indiferença

A paisagem está negra

Lagos sombrios como a noite

Negra!

Negra, Escura, Preta, Cinzenta

Como a vida

Vida, mas que vida,

Vida inimiga da amiga vida

Quem te procura

Não sabe que no final da saída

Ela é suicida!!?

A vida é ingrata

Necrófagos de mansinho

A vida é feia

O final suave está a caminho

A vida é linda

Mas que linda que ela é quanda chega a morte

Sorte! Sorte! Sorte!

Não quero mais sorte

Não quero mais chorar

Não quero aqueles dias de tristeza

De não magia, amargura no amar

Tou farto de não amar

Tou farto de estar sozinho a vêr o luar

Estou farto de pontes, estradas, cidades

Rios amarelos e castanhos e rosas murchas

Pântanos encharcados

Luas sem brilho

Estou farto, fartíssimo desta malvada vida

Sou pensamento encarnado

Vermelho escuro, noite sem fado

Acabou!

Há dias!

Outros!

Quase todos!

Nenhum!

Ainda aqui estou, mas estou igual

Estou como se não estivesse

Sou frio!

Sou frio!

Sou frio!

Sou frio!

Sem sabor! Inerte! Parado!

Não tenho forças para nada!

Ñão quero ter forças para nada!

Estou vivo, num estado pior que morto

Não tenho sentimentos

A indiferença é o pior estado que alguém pode alcançar.

Eng Teixeira
Enviado por Eng Teixeira em 14/11/2005
Código do texto: T71301