Sussurros do Abismo

Na casa sombria onde o vento gemia

O mal se erguia, trazendo agonia

Paredes choravam, sombras dançavam

E olhos ocultos na noite espreitavam

A criança, tão pura, em trevas caiu

Sua voz delicada o inferno atraiu

Com risos distorcidos, um eco mortal

Chamava o demônio de forma banal

Espelhos quebrados mostravam além

Um rosto medonho que ria também

Luzes piscavam, o ar se extinguia

E o frio da morte à alma subia

"Venham, meus servos!", dizia o tormento

Cada palavra trazia um lamento

A mãe, desesperada, ao chão se lançou

Enquanto o mal gargalhando dançou

O padre chegou com sua cruz em punho

Mas logo tremeu ao ver o infortúnio

O espírito rugiu, a fé balançou

E no peito do homem o medo reinou

No último ato, a luta esmorecia

Mas a luz da coragem no peito ardia

O padre clamou, entregou seu viver

E o mal, derrotado, a retroceder

Agora, na casa, só ecos restaram

Das almas que um dia por lá passaram

Mas cuidado, viajante, não vá se esquecer

Que o mal nunca dorme, só finge morrer

Junior Lima (Messias)
Enviado por Junior Lima (Messias) em 15/01/2025
Código do texto: T8241886
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