Sonhos amassados

O vento sopra no meu chapéu

Enquanto o apito corta a manhã

Os trilhos cantam uma velha canção

De quem parte sem saber se volta

A bagagem é leve, só trago o passado

E um punhado de sonhos amassados

O tempo me olha da plataforma

Com olhos de quem já viu tudo antes

O maquinista acena, a locomotiva range

E eu me pergunto se sou passageiro ou trem

Se corro pelos trilhos ou se fico parado

Esperando alguém me dar um nome

Se a casa estiver fechada, tanto faz

Já dormi sob luas menos gentis

E se a luz estiver apagada, melhor assim

Sempre gostei do escuro para me encontrar