A Mulher no Meu Quarto.
Ela entrou sem aviso, sem sombra,
um relâmpago cortando o escuro.
Trazia nos lábios a pressa do vento,
no olhar, um incêndio maduro.
— Não sou mulher de espera,
sou o tempo que nunca recua.
E antes que eu dissesse um verso,
já era chama na pele nua.
Seus dedos rasgaram a noite,
deixaram vestígios na pele, no ar.
E quando partiu, sem ruído, sem volta,
o vazio ficou pra ficar.