Tu és gente

Entrei no quarto e lembrava:

Que frio absurdo! Fico miúdo.

Nos meus ouvidos cartola gritava:

“Vai reduzir as ilusões a pó”.

Te encontrei e não percebi,

Nada do que havia por vir.

Nem poderia muito esperar:

“De cada amor…”

Me desculpa, eu te vi!

Me nutri. Não queria ver,

Nem ver, nem ouvir.

Tu tens uma infância de gente.

És filha de uma memória ‘al dente’

E mãe de um pequeno e desmedido;

presente.