Eu, perdido em outras terras.

Eu, perdido em outras terras.

(Sávio Assad)

Cheguei nas asas de um pássaro de prata e beijei o cimento frio da cidade.

Perdido em pensamentos, me perdi nas ruas desconhecidas,

onde minha alma gelava de medo.

Cercas elétricas cobriam minha cabeça,

não deixando minhas pernas caminharem e sufocado numa masmorra,

sem nada para olhar.

Grades de ferro transpassavam meu coração,

automatizada por mãos geladas e frias, provocando espasmos sangrentos.

Algemado em meus pensamentos e só, me perdi na terra fria,

onde mãos já não me tocavam, onde o grito, sussurrava.

Minha voz a ponto de explodir, se direcionava a uma só palavra,

descortinando o verde e amarelo,

entre os campos floridos e o sol acolhedor.

Sonhava com meus pés no Rio de Janeiro e a cabeça girava,

rodopiava em vendaval.

Meus olhos já percorria o Cristo Redentor e as

praias e meus pés fixava o solo de minhas entranhas.

O pássaro de prata me abortou revoltado e de

volta a minha terra amanda, respirei aliviado.

Niterói - RJ - 05/04/2008

Sávio Assad
Enviado por Sávio Assad em 12/04/2008
Código do texto: T941950