A sede de Marte

Noite passada, espalhei meus miolos

no grafiato do quarto.

Nem pensei em deixar um recado

ou avisar um desavisado,

que não foi gesto premeditado

oriundo de tensão, depressão

ou falta de Javé no coração.

Apenas achei que seria poético

encher de líquido os sulcos de Marte,

matar-lhe com arte a planetária sede

a cérebro e sangue nos vãos da parede.