PARA UMA JOVEM ALMA QUE PARTIU
Em novembro, fez-se um inverno
que antes nunca se viu.
Num vento frio de primavera,
a alma dela partiu.
Hoje, eu sei
que aquela serenidade era apenas dor.
E que o sabor daquele sorriso
tinha no fundo um amargor.
Não foi possível ver,
daquela muralha,
o que havia atrás.
Ninguém ouviu o desespero
clamando por paz.
Todos almejam um motivo,
ao menos, uma explicação.
É porque eles não entendem
que sentimento não tem razão
e que uma vida cinza
matou aos poucos seu coração.