Da escuridão que muitos estremecem

Da escuridão que muitos estremecem

Lá para o breu aonde as almas descem

Me deslumbrei ante a beleza do crepúsculo

Levado por repulsivos prazeres

Extasiado pela degradação dos seres

Tal vermes famintos devorando os músculos

Como uma vocação para o pessimismo

De quem confronta há tempos o abismo

E em um desvario sonhei com a morte

Então desperto para o mundo de desgraça

Sem um lugar pra repousar minha carcaça

Comparado a um morto, quem terá mais sorte?

A massa escrava de paixões levianas

Vou convivendo com a violência cotidiana

Enquantos os iludidos romantizam o inferno

Tal como Nero pôs fogo em roma

Por quanto tempo irá se agravar os sintomas...

...até acendermos as luzes do mundo moderno?

Vagando nas moradas funerárias

Onde reduz tudo nas formas ordinárias

Em silenciosa e desolada paisagem

Então retorno para o mundo dos vivos

Onde sofremos o que há de mais repulsivo

Condenados a ser parte dessa engrenagem

Thiago Araujo
Enviado por Thiago Araujo em 10/08/2018
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