Âncora

Para aqui chegar lutais

Garrafa de rum

Sentado ao cais

Vida de amarguras

Sofrimento passastes

Tua única vitória

Apenas contentastes

Amenizar faz a bebida

Seca a ferida

Que ao amanhecer abre

Tua capa caira

Exposto ficastes

Ao redor solidão

Vazio em multidão

Cabeça pesava

Âncora caia

No mar afundava

Pulmões encharcados

Inundando miséria

Morte iminente

Explendorosa tragédia

Tua alma vê

Arrependidos

Culpados, inocentes, condenados

Entorpecidos

Tarde demais

Ainda chora teu corpo molhado

Úmido e salgado

Pútrido e azulado

Lamúrias falsas

Alívios escondidos

Não eras amado

Não eras querido

Te restas a eternidade

Sem rum

Sem cais

Sem tuas verdades

Pra sempre lembrado

Na memória dos esquecidos

Destino cruel

Que aliviou teus instintos

Priscila Monteiro
Enviado por Priscila Monteiro em 16/10/2018
Código do texto: T6477447
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