Meu epitáfio

Quando me for quero versos sobre mim

Não quero modestos vá em paz

Tampouco descanse em paz

Quero alegria, quero meus feitos

Cantem sobre meus malfeitos

Quero risos, quero trapalhadas

Das coisas ridículas, frívolas,

Amores e dissabores,

Regadas a gargalhadas

Quando me for não chorem

Pois não estarei aqui para brigar

meus amigos e companheiros

De bar

Eu vou porque é minha hora

Vou embora, mas permaneço

Enquanto for lembrado, vivo

Enquanto esquecido, pereço

Quero ser lembrado pelas coisas

Ditas que sequer as recordei

Dos conselhos desperdiçados

Das falhas dadas, dos dizeres atravessados

Fora de hora, de tom e de compasso.

Quando me for lembrem-se de quem sou

Não deixarei de ser, agora morto, estou

E posto isso, não poderei mudar o que sou

Apenas fui, e daqui em diante serei isso

Hugo Jardel
Enviado por Hugo Jardel em 07/12/2021
Código do texto: T7402289
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