O MEU NATAL

Nesta época de consumismo

desregrado

de despotismo

bem aqui ao lado

todos se pavoneiam

às suas novas aquisições

para este e para aquele

o que é dele

só sensações.

Famintos à sua porta

fica mal

traz-se a retorta

para afastar o animal.

Natal é todos os dias

todos os dias são Natal um dia

não tem filhós nem azevias

pró pai prá mãe e prá cria

que deambulam pelas ruas

sem reparar que é Natal

nas roupas esburacadas

com as mesmas estradas

a mostrar que tudo é igual.

Famintos ao nosso portão

queda mal

traz-se o bordão

para escorraçar o animal.

De tudo se compra aqui

mesmo o mais corriqueiro

quem me dera ser assim

dar importância ao dinheiro

conseguir ter na boca

um grande sorriso

perante a incongruência

desta mal gerência

que me faz perder o siso.

Famintos à nossa janela

um grande quinhão

dando o que é dele e o que é dela

de altruísta coração.

Este é o meu Natal

dele lhe falei um pouco

também eu um simples animal

sem ter onde cair morto.

Egocentrismo

desvairado

e no vira revira

está a grande mentira

onde o pobre consoado?

Abri a porta de minha casa

para todos sem excepção

e foi vê-los entrar em massa

filhos da redenção.

Jorge Humberto

24/12/09

Jorge Humberto
Enviado por Jorge Humberto em 25/12/2009
Código do texto: T1995373
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