Natal

Natal

Não é apenas uma semente

De tâmara

Que tem gosto de deserto

Histórias de mil e uma noite

Um luar abrasador

Mas é o nascimento de um poeta

Que versificava sobre o amor

E o reino de Deus

Colocando dentro de uma semente

De mostarda

Parábolas profundas eternas

Vestia os trigais separando-o

Do joio

Os lírios dos mais garbosos

Fatos

Aromas

E pêndulos ditosos

Que nem o poeta de provérbios

Se vestira como eles

Nem uma rainha com seus bordados

Véus sedosos

Coroou-se de espinhos sanguinolentos

Para trazer-me vida

Para que eu ame o outro

E tenha no meu coração

A mansidão

E compreenda a autoconsciência

Eu um grão tão pequeno

Nesta imensidão

A vagar com minhas metafísicas

Do ser e do não ser

E pobres poesias procurando

Dizer

Coisas que eu nem consigo

Compreender

luiefmm
Enviado por luiefmm em 24/12/2016
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