Dessa Ponte de concreto e duro aço...
      -eu te vejo a passar a cada passo-
    escorregando de meus frágeis braços,
   como se pudesse seguir os teus passos,
e de mãos dadas,caminhássemos o mesmo
                                                       /sonho...
    além os horizontes dos Sertões do Leste...!
     que não nos parece assim tão estranho ...
quando em outros tempos,era o Rio da Peste!


    dessa Ponte de concreto e puro aço...
eu te vejo a passar feito um tristonho Palhaço...
    que perdeu a  alegria de viver e de amar...
     como se caminhasse para o cadafalso..
   e de cabeça baixa,para não pisar em falso..!
  com o coração amargurado  em pedaços..
onde tento te segurar em meus frágeis braços
    a tua sombra que ainda debate e perdura...
e silenciosamente, deixa rastros de tua ternura!
sob a máscara do Palhaço que se dissolve enfim,
    lentamente pelas lágrimas da lama de mim!
  e assim,me viro um Fantasma quase a morrer,
    que perdeu a vontade  e a alegria de viver!


     dessa Ponte de concreto e de ferragens...
     eu te vejo a desaparecer sob um céu azul...
       a me levar de barcos e de canoagens...
deixando rastros no arrasto em direção ao Sul..
     dessa Ponte de concreto e de ferragens...
       eu te vejo a sonhar com suas origens.!
um Fio de Luz que leva nossos sonhos em suas
                                                     /   entranhas....
que conduz estranhas sombras e pássaros bem
                                                     /estranhos..!
de asas silenciosas que roubam nossos sonhos!
    assim,me perco nesta viagem sem destino,
     e me vejo sempre,qual um perdido menino...
      a debater naquele Rio de águas rasantes...
pensando estar no mais distante dos Horizontes!
  mas estou ali, na bela Ponte Floriano Peixoto...
  a derramar lágrimas de lama,que ralam pelo
                                                      /  esgoto....
e desnudam aos poucos,um Palhaço quase sem
                                                            / Rosto...!


dessa Ponte de ferragens,cheia de sequelas!
  eu te vejo qual um rastro de belas estrelas,
                  entre elas as mais belas..!
mas são apenas sombras invisíveis naquelas sin-
                                              /gelas janelas...
     a refletir um Fio de Sombras que se revela..!
   enquanto some nas trevas de quem te Vela,
      naquela solitária Ponte cheia de sequelas...!
      imaginária de mim, das antigas Pinguelas,
de um Rio tão nobre,e tão pobre a Sentinela!
dessa Ponte tão forte,que revela uma alma tão
                                                       /   singela...
                         que te vela ternamente..!


Fotos do Rio Piranga, na enchente de 2008
A Ponte Floriano Peixoto foi inaugurada em
30.07.1955, com a presença do Senhor Go-
vernador de Minas Gerais, Dr. Clóvis Salga-
do...no dia 20/08/1955, a Ponte ainda inope-
rante, eu cheguei de Jardineira em Piranga,
vindo de minha Terra natal, Conselheiro La-
faiete-MG,no colo de minha mãe, e tive que
atravessar de Barco, com uma moça de Bran-
co...que nunca ninguém mais viu....eu tinha
tres meses de idade....
















 
Marco de Nilo
Enviado por Marco de Nilo em 21/02/2019
Reeditado em 23/02/2019
Código do texto: T6580377
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