OKITSU

Nas águas de Fukushima

Lanço as redes ao mar

Recolho nas malhas, raias

Golfinhos, polvos e algas

pútridas boias, a flutuar

Almas, aves de Hiroshima

Que não puderam voar

Nunca mais nas cerejeiras

balançarão botões rosados

nem comporei mais poemas

Okitsu, Portal, solo sagrado

Santuário dos poemas e Poetas

Perdoem, por adentrar, purgado

nas impuras, águas do mar

Se eu lá não pudesse entrar

Eivado, me deixaria morrer

Fukushima aonde te encontrar?

Antonio noronha 13

antonio noronha
Enviado por antonio noronha em 08/07/2019
Código do texto: T6690801
Classificação de conteúdo: seguro