OKITSU
Nas águas de Fukushima
Lanço as redes ao mar
Recolho nas malhas, raias
Golfinhos, polvos e algas
pútridas boias, a flutuar
Almas, aves de Hiroshima
Que não puderam voar
Nunca mais nas cerejeiras
balançarão botões rosados
nem comporei mais poemas
Okitsu, Portal, solo sagrado
Santuário dos poemas e Poetas
Perdoem, por adentrar, purgado
nas impuras, águas do mar
Se eu lá não pudesse entrar
Eivado, me deixaria morrer
Fukushima aonde te encontrar?
Antonio noronha 13