Eu contemplo a árvore

Eu contemplo a árvore

Como quem lamenta, e se envergonha

Por ser um humano.

Por precisar roubar o mel das abelhas.

Roubar o leite dos bezerros

Para se alimentar.

Alguém que precisa matar

Para não morrer.

Enquanto a árvore torna ainda mais viva

A terra que lhe sustenta.

Doa alimento, abriga ninhos, e novas vidas.

Enquanto o humano envenena a terra

A água e o ar que respira.

A árvore respira o veneno, e devolve ar puro.

O humano deixa seu rastro de morte

E odor putrefato

Por onde passa.

Asfixia a sua mãe terra.

Aniquila a paz onde chega

Enfeia a paisagem onde permanece.

Enquanto a árvore enfeita com flores

Dá sombra e perfume, onde vive.

O humano se despede da beleza

A cada dia que se vê no espelho.

Enquanto a árvore fica ainda mais bela

Quando envelhece.

Humano... Oh humano...

Onde está a tua superioridade?

Acioly Netto - www.guiadiscover.com

Acioly Netto
Enviado por Acioly Netto em 04/08/2021
Código do texto: T7314082
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