No coração nasce a forma
E aqui se metamorfoseia

Tálamo ancestral da vida
Jamais minha ferida sara

Sou elo que pendo no nada
Como cadeia quebrada

Hoje queria ser areia
Por onde a água perpassa
Sem deixar nenhuma marca
Gira e ri enquanto rola


Mas detenho-me ainda
Apesar desta certeza:
Sou um laço da cadeia
e não me pertence nada
Deram-me vida; dei vida

Tudo o mais que sou
É estrada


Maria Petronilho
9/4/2004