Ipê

Espero, sereno, por todo o ano

Certo de que anseio pelo mais belo

E chega, sei, a maravilha que proclamo

Branco, rosa, roxo, amarelo...

Das belezas mil que vejo e santifico

Eis uma das que mais me encanta

Poucos dias, dois ou três de infinito

Quando ali natura amor emana:

Branco que vejo paz

Céu que entendo flor

Neve calma, cala alma me trazendo o sabor;

Rosa que vejo amor

E toda beleza que este traz

Linda menina ali me ensina como se faz;

Roxo que vejo paixão

Ferve que entendo prazer

Céu enfeite e beleza qual só natura há de fazer;

Amarelo que vejo sol

Entendo alegria, felicidade

Sinto eu ali criança qual pureza me invade;

Eis então, como vos digo: magnífico!

Basta sentir, admirado, quando se vê

Tal copa, das mais belas, qual glorifico

Esta outra maravilha a qual chamamos Ipê!