Pique–esconde

O poeta é fingidor?

Fugitivo, talvez

Mas nunca engodo

Pensamentos libertos

Olhos nas estrelas

Toma impulso e alça vôo

Despertando mistérios

Para, sozinhos (ou não), acompanhá-los

Ele procura a si mesmo?

Seria então solitário?

Não, um caçador

De certezas?

De sonhos!

O caçador de sonhos

Homem de areia?

Sempre em construção

De dentro para fora?

Talvez sim, talvez não...

Mas, que sonhador!

Sempre a procura

Do que não pode achar

Esse poeta brincalhão

E tanto se empenha

Que ganha, por vezes, o jogo de pique – esconde das palavras

Nada encontra

No entanto, não procura em vão

Incógnita travessa, sempre ali

A puxar-lhe pela manga o fio dos pensamentos

O farol que atrai

Mas não leva ao cais

Essa procura de si

Do outro, de tudo

Acaba encontrando as maravilhas do mundo

Sem tirá-lo da solidão

Ana Pismel
Enviado por Ana Pismel em 17/07/2008
Código do texto: T1084544
Copyright © 2008. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.