Quatro cantos de um quarto vento
Nega-se a palidez sem vertigem
Lacrimejam as mulheres sem o ruído do pranto
Ventanias delirantes, a dor é profunda aos que fingem
Vento que interrompe o silente santo
Quebrantam-se as portas com o vento estrépito
Fenômenos naturais carregam a lucidez dos insanos
Casais longínquos da lua de mel sofrem como grande arquétipo
Mágoas de outrora assumem novos corpos medianos
Viagens sem limiar de uma mente alheada
A ventania alija todos os infortúnios despudorados
Prostrou-se a sedosa cortina na pequena bancada
A lacrimosa de Mozart ameniza os tímpanos estourados
O frescor encerra a tristeza noturna
Ilha sem mar, paixão pelo vento do fim da tarde
O mestre repreende a aluna
A palavra não corta, mas sem a suavidade do vento a injúria arde
Caminhos tortuosos, espinhos e esferas cortantes
A força do vento folheia a agenda e os livros à mesa
Amarguradas, as senhoras perpetuam os semblantes
Doce vento, eufemismo da moca agressão à realeza