O CORVO E O DORSO

Múltiplos cadáveres se ampliam no cais

Profundeza ornamental e senso comum

Maldizentes do mundo, rasgando a face

Luxúria dos homens é presa do demônio

Um pássaro anuncia a trilha do suspense

Vitórias, derrotas não são mais inimigas

O médico pede cura ao paciente no leito

Transformação filosófica, perda da razão

O farol não mais ofusca o brilho cansado

As velas choram suas lágrimas cortantes

A força corpulenta atira-se na ociosidade

Beleza sediciosa é trancafiada na censura

Olhares sorumbáticos no rio Nilo amanhã

O berço da civilização manchado, sangue

A paz eterna, jactância, dialética do povo

Anderson Cirino
Enviado por Anderson Cirino em 02/03/2006
Código do texto: T117671