Dois poetas e um bar
Murmúrios de um homem solitário;
Cabisbaixo, preso e encarcerado
Júbilos proféticos, cansaço exagerado,
Trancafiado no seu tempo, seu falso horário.
Fundos de uma guerra sem vitoriosos
Porque no fim, sobram os ossos;
Patos do monopólio, os bebês são nossos,
Disseram hipocrisias, violentaram os medrosos.
Os nossos passos são incertos na madrugada,
Mas a revolta não, a ideologia jamais;
Eloqüentes, os poetas recitam e morrem no cais,
Os seus sonhos, estátuas de uma musa enferrujada.
Ventríloquos da persuasão, comando atroz
Remando palavras, surdas para o ar;
Renascentistas do novo mundo, não querem mais repudiar
E assim calam os sussurros do silêncio sem voz.
*Redigida na mesa de um bar, numa folha amassada, dois poetas socializando arte.
Mahcio Bhritto e Anderson C. Silva 02/03/2006