Viajante em Si Mesmo

Conversava um dia

Com pessoa mui querida

Falávamos com alegria

De várias coisas da vida

Me perguntou se tinha medo

De saltar sem precaução

Se não era muito cedo

Pra me aventurar de coração

Respondi que não.

Expliquei que era meu jeito

Que era a forma que eu sei

Que quando eu tenho no peito

A certeza que irei

Eu faço o que for necessário

E não é falta de cuidado

Tampouco ato temerário

É apenas o que foi acumulado

A experiência que me ensinou

Que quando o amor vai ao lado

E a cabeça acompanha

Não há o que dar errado

Na estrada ou na campanha

E mesmo os obstáculos

Que por ventura aparecerão

Tornam-se bons espetáculos

De aprendizado e compreensão

Apenas me dei mal

Quando fui ao encontro

Com incerteza, baixo astral

E não enxerguei o monstro

Que se esconde nas sombras

Dos poréns, da dúvida e do medo

Que nos faz desistir mais cedo

E pensar em largar a jornada

Antes que ela se dê terminada.

Mas essas vezes foram bem poucas

Não foram muitas dessas viagens loucas.

Pois loucura não é tentar.

É não se conhecer, não se amar

E com a falta desse conhecimento

Se recolher em lamento

E perder várias oportunidades

De conhecer as várias verdades

De ter o mundo ao alcance da mão

E ser feliz, com as pequenas coisas então.

Que a luz da sabedoria brilhe em seu caminho

E que o mal se afaste ao brilhar dessa luz

Que a vida te dê muito mais flores que espinhos

E que mesmo que andares com os pés nus

Que seja macio o pavimento da tua jornada

E que ao fim do dia, se tua alma estiver abatida

Te encontre uma grata e feliz acolhida.