SONHOS DE VIDRO*
Nada é aço por ser momento
E o silêncio foge inevitável
Frestas, gavetas, gaivotas.
Somos feitos de notas imperfeitas.
Nada é aço por ser verdade
O amor é esparso por espaços
Cantos de sereia, castelos de areia.
E num sopro... o sonho é de vidro.
E nada é aço por ser eterno.
O papel leva recados, mas a tinta
um dia termina...
E o tempo é o perito que examina.
E o ácido dilui palavras doces,
como se não se importasse
com o que a boca pedisse
e os olhos implorassem.