ALEGRIA DO PALHAÇO

Vejam se é alegria que aparece,
Na cara deste triste palhaço, 
Todos riem de suas peripécias,
Gargalham de seus mínimos gestos,
O palhaço em sua fantasia colorida,
Por dentro morre agora de vergonha,
Gordo e bonachão está às avessas,
Esconde-se assim este palhaço da vida,
Com a cara pintada com tanto primor,
Pois é dor que a gente só sente no olhar,
Mesmo que ele tente não transparecer.
Sente-se na obrigação de disfarçar,
De gargalhar de sua própria desgraça,
Este palhaço usa do riso alheio pra ser feliz,
E naquele momento no picadeiro,
Alimenta –se dessa alegria para sorrir também,
Apagadas as luzes o palhaço perde o rumo,
Recolhe-se ao fundo, pois uma de suas faces caiu,
Lavou o rosto e olhou-se no espelho,
E mesmo não querendo é forçado a encarar,
O pequeno espaço que o espera, sem luzes e aplausos,
Uma vida que o obriga a esquecer o riso,
E engolir a seco muitas vezes as lágrimas,
A estar sempre só e mascarar a dor em sua fantasia,
E o que ele não vê, que é preciso mudar,
É preciso buscar a alegria interior,
É preciso se harmonizar com o mundo outra vez,
Para que o riso que ele provoca, seja nele mesmo verdadeiro.
19/11/09
 
“ As vezes na vida somos obrigados a usar de fantasias para encarar o dia a dia, mas não podemos deixar que isso faça parte por muito tempo da nossa vida, é preciso encarar as dores, para que possamos acalmar a nossa alma e reconhecer os nossos erros, antes de iniciar uma outra jornada , pois podemos enganar aos outros, mas nunca iremos enganar a nós mesmos”

“ A alegria do palhaço se resume em ver o povo feliz”