Acenda a Luz

Não creio no ciclo que se encerra

Nem no que se inicia, já que a terra

É feita de eternidade, de extremidades

De caos, de barulho, de compromissos

E de tudo mais que há entre isso:

Entre a minha visão;

Entre o ruído do portão;

E a rua, mais além.

E a cidade adiante,

E entre eu e alguém,

que outrora distante

Hoje está tão perto.

E embora não por certo,

O meu coração se acalma

E assim sigo vivendo

Com um calor na alma,

Enquanto o ano vai morrendo

E o amor renascendo...

Creio sim, que o hoje é sempre hoje,

Que a felicidade é construção,

É obra pra várias mãos,

E ainda assim, é trabalho possível

É real e factível, é normal

É possibilidade construída

É vivida, é dia a dia.

É a lida, é a rotina

Que tornamos boa e saudável

Se queremos, fazemos até rentável

E deveras agradável.

Então, que antes de apagar o velho ano,

Lembremos que amanhã será

Para nós, seres humanos

Um outro hoje, assim como hoje é

Que sigamos tendo esperança e fé

Em que esteja a luz acesa ou apagada

É no hoje, e somos nós

Que escolhemos a nossa estrada.