ESTRANHO-ME

Às vezes eu estranho minhas atitudes,

algumas vezes eu sou terno e doce,

n’outras, sou excessivamente rude.

Às vezes estranho-me ao pensar em caridade,

em algumas vezes eu até dou tudo que tenho,

outras vezes nego tudo, mas, sem maldade.

Às vezes estranho-me quando falo de amor,

embora eu fale em muitos versos, na poesia,

mas, nenhuma vez, o amor trouxe-me alegria.

Às vezes estranho-me quando penso na família,

eu tudo faço para mantê-la toda coesa e unida,

n’outras vezes, quero isolar-me numa ermida.

Às vezes estranho-me ao saber que sou dual,

com o predomínio quase exclusivo da razão,

n’outras vezes, quem me pega é a emoção.

Às vezes estranho-me ao tentar compor,

falar da morte, falar da vida e do amor

e n’outras vezes, eu ignoro até a dor.

Estranho-me por eu ser assim, dual,

numa luta entre a razão e emoção

e quem sofre com este embate,

é o coração.

Às vezes estranho-me

15/12/09-VEM

Vanderleis Maia
Enviado por Vanderleis Maia em 27/09/2010
Reeditado em 27/09/2010
Código do texto: T2522753