REFLEXÃO

É doce a menina que me olha do espelho,

Verdes olhos vistos ao sol.

É-terna a mulher que se mira,

Com castanhos profundos de entardecer.

Os verdes faíscam,

Brilham vida, alvorecer...

Nos outros, estranho lume,

Veias imersas, flamejantes,

Oceano a derramar.

A menina não vê as lágrimas,

Não sabe, nem adivinha,

Só enxerga o seu sonhar.

Mas a mulher vê a menina

Sonhos, beleza infinda...

Um só ver, sem tocar.

Os corações batem, descompassam,

A dor oprime e pergunta: por que?

E a menina continua lá

Mas só a mulher consegue ver

Maria Luiza Falcão
Enviado por Maria Luiza Falcão em 14/11/2006
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