No escuro de si
Cerrando esses olhos cansados
Só resta o escuro, se faz pleno!
Tal esse que me toca tão ameno,
Posto que se ao invés do breu,
A luz sob essa casca, a verdade,
Revelasse-me nu, cru em mim,
Não restaria nenhuma sanidade
Na minha falsa-belo vida-jardim
E tendo o pesar maior que mundo,
Doloroso reconhecer(-se),
Cedo em desespero, em medo,
Na proeza de fugir de si mesmo,
Pois é menos árduo compadecer
Com toda humanidade do que
Admitir-se em plena vontade
Então deixe-me nesse repouso
Teimoso e irrefutável
E já não durmo, vou além, hiberno!
E o cotidiano-travesseiro moderno
Não me é duro, me é bem confortável!