Flor de seis cordas

A menina cantava

A voz fina, pequena

Mas afinada, tentava

Traduzir em cantilena

A dor que era tanta,

Num corpo tão magrinho

Os nós na garganta

Os vários, diversos espinhos

Que ela ainda arranca

Dos pés, pelo caminho

A menina tocava

Seu violão cantante

E às vezes berrava

Um rock arrogante

Pra destilar uns venenos

Uma desilusão distante,

Erros grandes, erros pequenos

Todos feitos num instante

A menina canta e chora

Lágrimas quentes descendo

Meio assim, fora de hora

O coração não entendendo

Porque de tanta demora

É a menina que está crescendo,

Ou é a dor que vai embora?