Ira

Feroz leoa;

Rainha poderosa

Sem coroa;

Mulher folgosa

Não anda à toa,

Sempre cuidadosa

Na arte de lutar,

Se um percalço a atordoa

A ergue uma raiva salutar...

Hei-la de novo matreira,

Criando nova estratégia:

Eles que deitem lenha na fogueira,

Que vivam sua própria tragédia!

Eu cá,

Eles lá;

A poesia num vaivém:

Palavras aqui e acolá,

Um escrever sincero

Para essa massa

De povo austero

Que não quer que eu vá

Além daquela gaveta,

Dia após dia ela passa

Incorrida na sarjeta!

Nego a esses senhores

A autoridade de me fazer parar!

Escrevo rimas,

Canto versos,

Versando os sabores

E dissabores;

Desenho universos

Com seus próprios construtores...

Que me destruam!

Que me insultem!

Que tentem, mas que não abusem!

Sendo cegos

Que apenas escutem:

Não escrevo para seus egos!

artescrita
Enviado por artescrita em 11/02/2007
Código do texto: T377313