Morte e Vida
A noite já vai pela metade
E a Morte cavalga seu negro corcel
Traz consigo uma taça de fel
E a foice para ceifar a felicidade.
Seu galope é inaudível nas terrenas plagas
Mas seus golpes são, nas humanas almas, duros;
A negra figura degola os sonhos futuros
E brandindo a foice bebe o sangue das chagas.
Este arauto do Inferno, tal a Eternidade, é perene
E assombra quem está na vida só de passagem,
Porém, há que se resignar, pois esta viagem
Todos a farão de forma in ou solene.
Não aceitá-la é fazer a Existência sofrida
E, se próxima, não chorá-la é saber-se de fútil Vida.
Cícero – 01-08-02