TRISTE FIM DE UM POETA

Á alguns dias que não consigo escrever uma linha sequer.

Busco dentro de mim a inspiração que me falta,

Busco na natureza, nos sons, nos sorrisos das crianças,

Busco até nas notícias de jornais e revistas,

Mas a inspiração não vem.

Brigou comigo,

Virou-me as costas.

O que espera ela de mim?

Ou o que fiz pra que ela me humilhasse assim?

Conheço minhas limitações e não me enraiveço por isso.

Transgrido meus limites somente na hora do amor,

Mas nem mesmo o amor, tão declamado em outros textos, esta presente nesse momento para aliviar a minha dor.

É.

Ela, a Dona Inspiração, senhoria desse prédio de tijolos onde mora minha carcaça, me despejou.

Fui expulsa do rol dos poetas.

As letras não bailam mais no meu papel, que por ora esta em branco,

Nem a tinta da caneta o colore mais de imagens sonhadoras.

Aposentadoria precoce...

Quão inútil eu me sinto no momento, sem conseguir decantar um verso sequer...

Que lástima!

Que tristeza!

Que vergonha!

O mel esgotou-se, o pote esta vazio.

Findou-se.

Ponto final.

Fim.