O rio

Meus olhos tocam o rio

que triste, se deixa tocar

não me parece tão bravio

quem sabe, deixou de lutar

Nele jogo meus pensamentos

Tão leves, se deixam levar

Todo coberto de sedimentos

O rio, parece chorar

Corre solto, espumando de raiva

O rio doente, não pode repirar

Leva a morte em sua vertente

dejetos humanos a sufocar

Lembra, vô, daquele tempo?

Em que tão paciente

me ensinava a pescar?

Hoje, sento à margem

Com a mesma paciência

Em que espero a vida voltar