Relativismos da vida (Pseudogmas)
Nem tudo está perdido
A poesia vive ainda.
Nem todo sonho deve ser esquecido
E nem sempre a realidade é bem vinda.
Nem todas as palavras falam
E nem que seja ódio, algo todo coração sente.
Nem todas as bocas se calam
E nem todo brilho é reluzente.
Nem todo caminho tem objetivo
Mas todos têm sinuosidades.
Nem tudo se guarda num arquivo
Mas no coração há tristezas e felicidades.
Nem toda verdade é absoluta
E nem toda mentira é real.
Não se vence nunca toda luta
E nem o amor é sempre sensacional.
Nem todas as aves têm lindo canto
E nem todo espinho tem veneno.
Mas todo olhar tem algum encanto
Mesmo que não seja sereno.
Nem toda lágrima é triste
Nem todo sorriso é feliz.
Nem todo bruto resiste
Quando do amor se diz.
Mas quando da vida se fala
E se pergunta: - Vais ou vens de onde?
Todo mundo se cala
Todo mundo se esconde.
Cícero – 05-10-94