Lucio Aneu Sêneca!

Lucio Aneu Sêneca!

Romano, estoico, século I depois de Cristo,

Vejo-o cortar as suas veias,

O sangue jorra e a plateia assiste.

Ser rico, mas ter uma vida modesta,

Ser conselheiro de Nero,

Mas não enxergar a maldade subjetiva,

Que só os filósofos não enxergam nas pessoas...

O sangue jorra das suas veias,

A plateia atenta, aguarda um derradeiro ensinamento do mestre,

Este vai morrendo aos poucos, seus olhos assustados,

Não sabem o que o aguarda do outro lado...

Ou sabem...

Trocou cartas com Paulo de Tarso,

Quem sabe no seu íntimo, conflitos filosóficos,

Tenham existido e imperou a esperança,

Enquanto o sangue jorrava entre as veias cortadas.

Dante, na Divina comédia,

O colocou entre os heróis que encontrou no limbo,

Desde o começo da saga humana neste planeta,

O poder foi e continua sendo o desejo do ser pensante...

O sangue jorra entre as veias cortadas...

Sereno, talvez pela fraqueza da perda sanguínea,

Ou pela certeza intima lida nas cartas trocadas com Paulo de Tarso.

O amor é possível na riqueza material,

Mesmo em tempos em que homens escravizavam outros iguais,

O motor da engrenagem era o ser humano.

Foi um homem do seu tempo...

O sangue jorra entre as veias cortadas, agora mais fraco...

A sua ironia está morrendo com ele,

Roma se prepara para ser incendiada,

Ele deveria saber que muitos adeptos do Cristo iriam morrer inocentemente,

Recebendo a culpa pela loucura de Nero.

O sangue para de jorrar em suas veias, ele fecha os olhos...

Encerrou a vida do grande estoico.

Mas não morreu com ele suas palavras...

Na reforma cristã, Calvino foi influenciado por Sêneca.

Ele foi contemporâneo de Jesus,

Embora nada fale sobre ELE,

Em seus escritos...

Não precisava...

Já estava numa podre sociedade preparando o mundo para o messias,

Na espiritualidade, antes de reencarnar,

Consciente ou inconscientemente dizia:

"Eu elogio a vida, não a que levo, mas aquela que sei que deve ser vivida."

Hoje minhas veias sangram...

Meu suicídio lento,

Em um planeta cada vez mais abalado pela destruição,

Não tenho neste momento rimas para esta poesia...

Escrevo revoltado,

Com minha própria acomodação e letargia.

Como quero ser um dia lembrado,

Escrevo poesia...

Pelo menos no final,

Com Sêneca como pano de fundo,

Quem sabe não mudo e começo a combater o mal,

Trazendo nos meus escritos, mais conscientização para o mundo...

Será a arrogância da idade?

Será pretensão ou consumismo?

Será vaidade ou complexo de inferioridade?

Leiam e descubram Sêneca, o grande filosofo do estoicismo....