O Roubo

Sentimento de impotência no ato em evidência

a falta do que é seu, sobra um grito de clemência

procurar não adianta, tudo aquilo se perdeu

na memória o registro, na alma um puro breu.

No passado era farto, como seios de aurora

no diário esta escrito, mil eventos em uma hora

não encontro na lembrança a resposta do vazio

se o tempo é sempre o mesmo, então perdi o navio.

No presente se desfaz, como sonho e esperança

mais um ano que se passa, como arte de criança

quando olhei a minha agenda, lá no tempo do apogeu

indaguei comigo mesmo, quem roubou o tempo meu ?

No futuro a oferta, derradeira idade da vida

a destreza do tempo ensina, o remédio pra toda ferida

por mais tempo que se tenha, no limite da verdade

o ciclo do relógio mostra, o tamanho da eternidade.

marquesK
Enviado por marquesK em 03/10/2005
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