O Roubo
Sentimento de impotência no ato em evidência
a falta do que é seu, sobra um grito de clemência
procurar não adianta, tudo aquilo se perdeu
na memória o registro, na alma um puro breu.
No passado era farto, como seios de aurora
no diário esta escrito, mil eventos em uma hora
não encontro na lembrança a resposta do vazio
se o tempo é sempre o mesmo, então perdi o navio.
No presente se desfaz, como sonho e esperança
mais um ano que se passa, como arte de criança
quando olhei a minha agenda, lá no tempo do apogeu
indaguei comigo mesmo, quem roubou o tempo meu ?
No futuro a oferta, derradeira idade da vida
a destreza do tempo ensina, o remédio pra toda ferida
por mais tempo que se tenha, no limite da verdade
o ciclo do relógio mostra, o tamanho da eternidade.