Divagações

Dou ao corpo o compromisso,

de conduzir na conduta,

minha falta absoluta,

de manter sem rebuliço,

minha vida itinerante,

sobre a Terra encarcerada,

na maldade disfarçada,

no ponteiro, a cada instante...

Dou a mente sem lisura,

esta forma abstrata,

de mulher que não destrata,

nem cultiva a formosura,

nem responde à vaidade,

em seu seio mais fiel,

que alimenta o sentimento,

sem digerir no momento,

seu encontro mais cruel...

Dou à alma o infinito,

como trilha e segmento.

Como luz, discernimento,

como um âmbar circunscrito,

que revela o pensamento,

sem deixar nenhum disfarce,

nem coberturas na face,

que lhes fujam, ao passamento...

Dou ao sonho a minha vida.

Meu sorriso e intimidade.

A coragem e a verdade,

cada dia, e cada lida...

Meu retrato inacabado...

Dôo ao sonho, o meu avesso,

minha obra e meu começo,

no infinito, pendurado...

Day Moraes
Enviado por Day Moraes em 09/10/2005
Código do texto: T58237