Minha Poesia

Minha poesia se alastra,

como hera rente ao muro.

Vai tomando meus espaços,

colorindo meus vazios,

e deixando aonde passa,

como um rastro, a minha vida,

entre linhas mal traçadas,

como esquina, em Avenidas,

vai deixando aonde passa,

tantas coisas mal sentidas,

tantas dores, tantas mágoas,

tantas frustrações vividas...

É o espinho que protege,

mas também, que sangra e fere.

É o olhar que enternece,

mas também, que impõe censura.

É a força vítrea e dura,

um cristal, bruto, na pedra.

É uma fonte eterna e pura,

que deflora, e rompe a terra...

Minha poesia...

Não tem Era, nem espera...

No cortejo à madrugada,

faz versejos de ilusão.

Vai bailando aonde passa,

vai contando, assim, sem graça,

num cordel, meu coração...

Day Moraes
Enviado por Day Moraes em 09/10/2005
Código do texto: T58251