PENSAMENTOS DE UM CÃO

Estou aqui neste banco

jogado sem rumo

Sofrendo por tudo

Olhando para o nada

Ai que saudade de minha casinha

E de minha varanda

De lá eu via a rua, e crianças nela a brincar

E quando alguém batia palmas em meu portão

A como eu corria só para esse alguém não entrar

Eu cuidava tudo sozinho

E se deixasse eu até mordia, e queria encarar

Quantas noite eu passei acordado latindo

Tomando conta da casa

Enquanto meus donos viajavam

E não me levavam, por eu ser grande demais.

Que saudade do meu tempo de criança

Todos me davam amor, era colo toda hora

Afagos em meu pelo, carinho e muitos beijinhos,

Se eu chorasse um pouquinho

Sempre tinha alguém que com jeitinho

Acalmava meu coração

Nunca me deixaram brincar nas ruas

E hoje sem dó e sem pena, nela fui jogado

Antes eu via da varanda, as ruas sombrias

Hoje das ruas sombrias

Eu vejo minha antiga varanda cheia de alegria

E nela não me deixam mais entrar

Hoje sinto fome e frio, vivo sem alegria só faço chorar

Hoje aqueles que me davam carinho

São os mesmos que me deixaram sozinho

Por eu ser agora velhinho

E por não poder mais andar

Hoje jogado nas ruas, durmo de dia

Esperando que a noite, a morte venha me buscar.

Dizem que eles não pensam, mas de uma coisa tenho certeza

É a de que ele tem sentimentos

E que mesmo sendo maltratados e jogados nas ruas

Pelos donos, mesmo assim ainda são capazes

De amar a quem lhes fizeram mal

Escrevi essa poesia para que neste ano

As pessoas tenham consciência

De que todo mal por ela produzido

Terá reflexo em sua vida

Escolhi esse tema porque penso eu que não

A mal maior que fazer mal aos que de nos dependem

Que são os animais as crianças

e os idosos

Poeta Igor Rodrigues Santos
Enviado por Poeta Igor Rodrigues Santos em 24/10/2017
Código do texto: T6151540
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