Lisboa acordou toda encharcada!...
Meteu água até ao topo das colinas,
E o primeiro Electrico da madrugada,
Começou a circular por entre sofás e cortinas!  
Um cagalhão a florir na sacada,
Um barquito que teima em passar.
Um Edil que não recebe quase nada,
E por isso não pode ir trabalhar!
 
Cheira bem ... cheira a podre e  a maresia!
Uma cadeira  a navegar  na enxurrada,
A fragata tá à espera da luz do dia,
Faz sinal para esquerda mal  formada!
E a Fadista  canta tudo ao desaforo.
Lisboa tem cheiro tem grito e tem choro
Lisboa tem cheiro de gente a cantar em coro,
Como é que eu vou pra casa onde eu moro!?
 O Marquês  tem cheiro de mar e fantazia,
A Liberdade leva tudo por diante,
Tanta água, tanta água por ali corria.
Cheira bem! cheira a podre!... e a esgoto flutuante,
 Lisboa tem cheiro de politica farsante!
Cheira bem! cheira a podre e  a maresia!...
Lisboa tem cheiro deste POVO  em agonia.  
(in: POESIAS SOLTAS)
De: Silvino Potêncio – Out/2014
Silvino Potêncio
Enviado por Silvino Potêncio em 16/12/2017
Reeditado em 20/12/2019
Código do texto: T6200568
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