Não existe o tempo

Marca o tempo

Marca me o passar

das horas nas abóbodas

equinóciais da história

Em uma gota de segundo

Tão breve

Como um ermo

Pensamento

Sinto que posso

Tocar o tempo

E desfazer seu eixo

Mesmo que sua irá

me destrua,

Ou anule minha existência

Poderia

Retroceder

o nascer da aurora

Calar a noite

Em câmera lenta

Posso fazer o ontem

Voltar ser hoje

E o amanhã ser

O agora

Paro o tempo

Re faço o momento

Me desfaço

Em um segundo

Me cala o tempo

Me ensina que sou

apenas um breve instante

Sobre a linha do firmamento

Um centésimo que passa

pelo cósmos como o vento

Me agoura o relógio

Me acorda o óbvio

Me destorce

Me fraguimenta

E descompacta

Na linha de Cronos

O impiedoso

Me dá um tempo

Divide comigo

O momento

Faz do fim

O início

Vejamos um todo

Em câmera lenta

Começando

por Caim e Abel

Torre de babel

Depois o ser

Se perdendo

No espaço

E se aventurando

Nás profundidades

De seu pensamento

E resgatando

Seu primitivo

Sentimento!

Pause as guerras

Reconstrua as palavras

Involua as doenças

Em bactérias

Apague a fome

Desfaça a miséria

Evolua os conceitos

E deixe que o dia

e a noite se encontre

Agora me explique

Oque é o tempo?

Se tiramos da ordem

Os centésimos,

Segundos,

Minutos,

Horas

E o momento

Aí refletimos e chegamos

ao concreto pensamento

Viajamos em um vagão

De um trem em processo

De descarrilamento

Não existe o tempo

E nem algo continuo

vagando pelo espaço

A penas o universo

Em colapso!