Janelas... de gente

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Esta janela a que pertenço

dá para uma outra

mais longínqua

e alheia.

Aquela janela ali

essa que dá para uma praça

a que toda a gente pertence

até eu de certo.

Estas janelas

mostram luzes nocturnas,

mornas e soturnas,

de casas de gente!

Janelas abertas

que se cumprem já

no que desvendam

e revelam!

Mas muito mais até:

estas janelas

conseguem desenhar

na minha mente

ideias amigas,

presenças próximas

para além da vista.

Verdade! Estas janelas

trazem-me o perfume

dos limos na rocha

e o hálito a peixe

fresquinho, na lota.

E trazem-me

a voz intensa do mar

a percussão das ondas

os coros excitados

das gaivotas.

Ai!, queridas janelas,

molduras mágicas

do que me está fora

do que se vê e não vê

do que se sente

e, sublime, pressente.

Janelas da minha casa

e, enfim, da minha alma.

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__________________LuM

25/3/98

Luis Melo
Enviado por Luis Melo em 24/06/2018
Código do texto: T6373106
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