PSEUDO CRISTANDADE
 
 
Assim seja!...
Aleluia, aleluia!
oração, sermão...
bíblia na mão,
beatos, só de igreja:
sobram "cristãos".

 
Ateísmo, batismo,
deismo, fanatismo...
Todas, rimas pobres com dízimo.
Inda bem que uma engraçadinha,
levando na mão uma sacolinha
com ela (se) sacoleja.

"Não há salvação
sem contribuição:
aleluia, assim seja!"
- Diz um deão dizimista,
ali de plantão, a uma baita multidão:
"Doem, e que Deus lhes proteja!"
 
Arrependimento,
choro, juramento...
Vinho num cálice,
pão na bandeja.
"Que é da cerveja?"
Cale-se, herege!...
 
Cristãos na rua
poucos se acham.
Miseráveis, sim,
dormindo ali mesmo
em bancos de praça,
comungando pão e cachaça.

"Miseráveis são filhos de satanás,
condenados a rastejar,
como as serpentes.
Nem deus os reconhece mais.
Seus pecados haverão de pagar,
no fogo do inferno, eternamente!"
...

Só porque não pagam dízimo?...

 
Dízimo, diz-me com quem andas
e eu direi de quem tu és.
Andas de carrão, luxuosos hotéis,..
Na televisão, propagandas.
No púlpito das igrejas, corruptos 
se elegendo com o voto dos fiéis.
 
Onde se lava dinheiro,
se leva a tática, maior desgraça,
Com ela, ganha-se a massa 
pregando o desespero:
Qualquer eclípse
justifica o apocalypse.
 
"Sou o candidato de deus",
repetiu há pouco um candidato
o refrão do corrupto que o antecedeu.
E os fanáticos acreditam, de fato,
Que esse patife de gravata e terno
é um anjo do Senhor, e não do inferno.
 
Banco de igreja não é mais assento,
é Banco mesmo, para nossa perplexidade,
com boletos, duplicatas e promissórias;
acesso individual e por porta giratória...
Fiel sem dinheiro é fiel sem merecimento,
não tem salvação: é descartado da irmandade.
 
"Quem quer dinheiro?"
- de um showman, cristão ao contrário -,
gritando para um auditório
de fiéis ao seu programa.
Mesmo que seja ali o inferno ou purgatório,
sei que o meu Deus na verdade os ch(AMA).
Fernando A Freire
Enviado por Fernando A Freire em 06/08/2018
Reeditado em 07/08/2018
Código do texto: T6411629
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