O beijo do Sol

O beijo do sol, incandescentes janelas

Depois do temporal, lindas aquarelas

O vermelho e laranja, nuvens, rompem

Pra que os sorrisos então nos roubem

E a noite vem caindo, indefesa, escura

Cadê a Lua, que o poeta tanto procura?

Eis-me cá, solidão; oferto uns abraços

Um querer marcar na folha meu traço

Páginas de uma saudade tão curtinha

E o tempo foi rápido em sua voltinha

No circular inquieto ecoando pela casa

No voar quase imperceptível das asas.