Fé cartesiana

Eu não professo a fé das convenções,
que grassam pelo mundo hoje em dia.
A minha fé remonta à poesia,
que dorme em silentes corações.

A fé que não persegue multidões
e que não usa algemas de doutrina.
A fé, racional e genuína,
que separa os honestos dos ladrões.

Eu tenho fé na força de um poema,
de um verso que persegue a piracema
pra constatar que a vida se renova.

A fé que não despreza a inteligência,
que não renega os dotes da ciência
ao nortear os peixes pra desova.

A fé que me clareia a consciência.
Que ainda que discorde, não reprova!
Herculano Alencar
Enviado por Herculano Alencar em 07/11/2018
Reeditado em 24/02/2021
Código do texto: T6496601
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